Alta liderança, ineditismo e igualdade de gêneros nas empresas

Alta liderança, ineditismo e igualdade de gêneros nas empresas

E quando o assunto é “mulheres em cargos de alta liderança” o Brasil ainda parece caminhar a passos lentos para driblar a desigualdade de gênero como formas de tratamento mais igualitárias, condições de trabalho e salariais.

A pesquisa de 2019 da Bain & Company e do LinkedIn chamada “Sem atalhos: transformando o discurso em ações efetivas para promover a liderança feminina” impressiona nos números apresentados. O trabalho, divulgado na mídia, mostra que apenas 3% dos postos mais altos nas empresas do Brasil eram ocupados por mulheres.

O levantamento aponta ainda que a mulher é 1,6 vez mais propensa a receber remuneração menor do que os homens em posições de liderança em geral. E ainda: 1,5 vez mais propensa a não ser considerada para uma posição/oportunidade por conta de diferenças de liderança ou de relacionamento interpessoal.

Apesar das mulheres serem maioria nas universidades e alcancem nível superior em termos de formação em relação aos homens, quase 60% dos estudantes universitários de acordo com relatório da Education at Glance 2019 (EAG) divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), elas representam apenas 37,8% dos cargos gerenciais do país, segundo pesquisa do IBGE (2018).

 Exemplos de liderança feminina

 Apesar das barreiras que ainda persistem – como desigualdade de renda, tempo de dedicado aos afazeres domésticos, nível de ocupação em caso de filhos pequenos, entre outros – há exemplos de liderança feminina que romperam barreiras do preconceito e se destacam mundialmente. Algumas vêm ganhando destaque em altas esferas públicas e privadas no Brasil e no exterior. Um exemplo é a chanceler alemã Angela Merkel, uma das figuras mais importantes da União Europeia, que ficou conhecida pelos pacotes de subsídios que tiraram o país da recessão. Também Michelle Obama, advogada, negra e ex-primeira-dama dos Estados Unidos, conhecida por saber equilibrar gestão, carisma e inúmeros trabalhos sociais.  
 
Ou ainda Oprah Winfrey, que além de ser conhecida por seu programa de entrevistas na TV Americana e grande empresária, dona de canal de televisão, revista e estúdio, se tornou uma a mulher negra mais rica do mundo. Ficou famosa não apenas pela sua fortuna, mas também pelas doações às ONGs de crianças portadoras do vírus HIV e pela construção de um colégio interno para meninas na África do Sul. Assim como Luiza Trajano, líder da Magazine Luiza, que transformou a sua loja no interior de São Paulo em uma rede gigante varejista no Brasil. A executiva, eleita a mulher mais rica no Brasil na lista da revista Forbes, também ficou conhecida pelos propósitos de inclusão e empreendedorismo.

Mulheres na construção civil

O gênero feminino ainda é minoria nos postos de trabalho da construção civil, amplamente dominado pelos homens, de acordo com dados do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea). Mas o setor está passando por transformação em termos de representatividade. Segundo dados do Ministério do Trabalho a participação das mulheres na construção civil cresceu 65% entre 2002 e 2012.
 
 Neste universo, ter uma presença feminina na liderança de vários setores como engenharia, produção e canteiro de obras, é rara. Porém, há exceções que estão revolucionando este mercado. É o caso da presidente e CEO da EMBRAED Tatiana Rosa Cequinel que, desde 2013, rompeu paradigmas sociais e se tornou exemplo internacional de gestão feminina no mundo corporativo e elevou o patamar da construção civil de luxo no país.
 
“Apesar de sempre ter acompanhado meu pai em todas as áreas da empresa, foi bastante desafiador no início. Ser jovem, mulher, mãe e filha do fundador foram alguns “pré-conceitos” que tive que enfrentar quando assumi a presidência da empresa. Mas, com o passar do tempo, todos foram percebendo as mudanças positivas, o meu empenho, a paixão, o desenvolvimento organizacional e profissional da empresa e consequentemente a solidificação da EMBRAED. O esforço, dedicação e trabalho de toda equipe também foram fundamentais para atravessar os períodos mais desafiadores da empresa. E, claro, nunca perdi a confiança de que tudo daria certo, sempre”, destaca Tatiana.
 
A executiva se diferencia por uma gestão focada em alto profissionalismo, mas, ao mesmo tempo, pela sensibilidade que é observada nos resultados impecáveis dos produtos apresentados. “Sempre prezei pela inovação, pela busca do exclusivo, do belo, do criativo, do agradável. Proporcionar às pessoas o conforto e a arte de viver bem é um dos meus objetivos, e o propósito da empresa. E, além disso, prezo pela organização, planejamento e transparência corporativa. Para que o cliente tenha um produto impecável, todos os processos precisam estar devidamente organizados e harmônicos”, enfatiza.
 
Em meio a tantos planejamentos e demandas da presidente da EMBRAED, a organização é fundamental para que ela possa conciliar suas atividades familiares, valores que presa dentro e fora da empresa. “Procuro planejar bem a minha rotina de mãe de três filhos, um adolescente, uma criança e um bebê, com as minhas atividades profissionais. Faço questão de reservar um tempo de qualidade para minha família e contar com uma equipe maravilhosa de colaboradores. Prezo muito pelos valores familiares e procuro levar essa filosofia, esse sentimento para a empresa, para a equipe e para nossos clientes”, destaca.
Características como as de Tatiana hoje moldam a gestão de uma das maiores e melhores construtoras de luxo do Brasil.
 
Neste mês das mulheres, casos como o da EMBRAED Empreendimentos, que mantém um crescimento anual em torno de um a dois dígitos ao ano, justificam estudos divulgados que direcionam para investimentos focados na diversidade e igualdade. Segundo reportagem do O Estado de Minas “pesquisas mostram que empresas com maior diversidade tendem a ser mais inovadoras e apresentam melhores resultados financeiros – mais vendas e maior lucro”.

 

FONTES:

https://www.em.com.br/app/noticia/economia/2019/07/12/internas_economia,1069103/apenas-3-mulheres-brasil-ocupam-cargos-de-lideranca-aponta-pesquisa.shtml

https://fia.com.br/blog/lideranca-feminina-nas-empresas/

https://g1.globo.com/economia/concursos-e-emprego/noticia/2019/09/10/mulheres-sao-maioria-nas-universidades-brasileiras-mas-tem-mais-dificuldades-em-encontrar-emprego.ghtml

https://g1.globo.com/economia/concursos-e-emprego/noticia/cai-a-participacao-de-mulheres-em-cargos-gerenciais-no-brasil-em-2016-aponta-ibge.ghtml

https://abrasfe.org.br/mulheres-na-construcao/